A eleição de Collor causou descrédito na comunidade realmente ligada à literatura no estado. Nos bastidores, os eleitores do parlamentar justificam a escolha ressaltando o poder de comunicação da rede Gazeta de Alagoas, que o senador herdou da família. Também costumam citar os dois livros que o ex-presidente prepara para lançar. Um deles, intitulado A crônica de um golpe, está em fase final de produção e conta os momentos que antecederam o impeachment. Em plenário, o senador já anunciou que pretende lançar a obra ;em breve;.
Cadeira 20
Fernando Collor vai assumir a cadeira que era ocupada pelo falecido poeta e defensor da cultura alagoana Ib Gatto, a de número 20. O escritor se tornou símbolo dos movimentos em defesa da literatura e do fortalecimento das produções literárias do estado. Entre os mais famosos autores e escritores alagoanos estão o autor Lêdo Ivo e os imortais Jorge de Lima e Graciliano Ramos.
Apesar das boas referências da literatura alagoana, relatos de quem compareceu à solenidade de chancela do candidato Collor para a cadeira na academia ressaltaram o entusiasmo de alguns dos eleitores e a disposição de não apenas votar a favor do parlamentar, mas divulgar o apoio dado à imortalidade do senador. Nesse grupo, estavam Ivan Barros, Milton Ênio ; que já presidiu a entidade e é amigo da família Collor há quase 30 anos ;, o médico José Medeiros e o ex-governador Divaldo Suruagy. Esse último tem mais uma característica em comum com o colega recém-eleito: também foi tirado do poder por conta da pressão popular. Em 1997, Suruagy renunciou ao cargo de governador e se tornou acadêmico anos depois. Outros ex-políticos também já fizeram parte da entidade, como Arnon de Mello, Teotônio Vilela e Tavares Bastos.
O número
22 - Número de votos que Collor recebeu para ficar com a cadeira de número 20 na Academia Alagoana de Letras