A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras prossegue nesta terça-feira (1º) a investigação da denúncia de superfaturamento na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojoca, Pernambuco. Neste momento está sendo ouvido o auditor de Finanças e Controle do Tribunal de Contas da União, André Delgado de Souza. Há denúncias de que a Petrobras descumpriu o prazo para entregar ao tribunal a documentação completa sobre as obras na refinaria. Os auditores sustentam que teria havido obstrução ao seu trabalho, já que, de um total de R$ 15,7 bilhões, a equipe do TCU teria tido acesso às planilhas de apenas R$ 3,9 bilhões do empreendimento.
Em depoimento na última semana, o gerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria de Pernambuco, Glauco Legatti, negou a existência de superfaturamento nas obras dessa refinaria. Ele afirmou, porém, que o custo estimado desses investimentos, que inicialmente era de US$ 4 bilhões, aumentou para cerca de US$ 12 bilhões. Sua versão foi sustentada pelo gerente de Engenharia de Custos e Estimativas de Prazos Sérgio Arantes.
Índice de Custos e Edificações
Também serão ouvidos dois representantes da Pini Serviços de Engenharia - Mário Sérgio Pini e Luiz Raymundo Freire de Carvalho. De acordo com requerimento apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), a Pini Serviços de Engenharia desenvolveu e disponibiliza o Índice Pini de Custos de Edificações, "largamente adotado para o acompanhamento da inflação setorial, atualização de contratos e nas questões de avaliações e perícias de engenharia".
As obras da Refinaria Abreu e Lima foram iniciadas em 2008, numa parceria entre a Petrobras e a PDVSA, estatal petrolífera da Venezuela. Até o momento, foram concluídos 15% do projeto.
A CPI da Petrobras foi criada para apurar denúncias de irregularidades envolvendo a estatal e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Presidida pelo senador João Pedro (PT-AM), a reunião está sendo realizada na sala 2 da Ala Nilo Coelho.