O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, fez esta tarde sua defesa no Conselho de Ética. Virgílio é alvo de uma representação movida pelo PMDB, na qual é acusado de três irregularidades: pedir dinheiro emprestado a um ex-diretor do Senado para pagar despesas pessoais, manter um funcionário fantasma no gabinete e estourar o limite do plano de saúde da Casa com tratamento de saúde de sua mãe (falecida em 2006). A representação contra Virgílio foi arquivada pelo presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ). O PMDB recorreu da decisão, e ainda hoje os conselheiros decidirão se o colegiado deve abrir processo disciplinar contra Arthur Virgílio ou arquivar as denúncias.
O líder do PSDB afirmou não ter laço familiar com o funcionário lotado em seu gabinete, que passou meses fazendo um curso na Espanha sem que o pagamento de seu salário tivesse sido interrompido. "Os integrantes dessa família não têm qualquer grau de ligação comigo, o que afasta qualquer denúncia de nepotismo contra mim. Todos os servidores fizeram parte da estrutura administrativa do meu gabinete no Senado Federal", disse o senador, que está devolvendo ao Senado, em prestações, o valor pago ao servidor durante o período em que esteve fora do País.
Em relação ao empréstimo que fez com o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia para pagar despesas da ordem de R$ 10 mil durante viagem a Paris na qual teve problemas com o cartão de crédito, Arthur Virgílio disse que a ajuda financeira foi pedida por um assessor seu, e por isso não sabia que Maia estava envolvido no caso. "Não há no regimento qualquer impedimento para empréstimo civil. O empréstimo não foi solicitado por mim. Eu posso afirmar, e o Brasil sabe que sou alguém que não disponho de conta no Exterior", justificou.
Por fim, Virgílio disse que todas as despesas médicas pagas pelo Senado com tratamento de saúde de sua mãe foram autorizadas pelos ex-presidentes da Casa, entre eles pelos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP).