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Ex-secretária da Receita não lembra dia e nem hora do encontro com ministra Dilma

A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira não soube informar a data e nem a hora do suposto encontro que ela afirma ter tido com ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Em um depoimento de mais de três horas e meia, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Lina confirmou que foi ao encontro de Dilma no Palácio do Planalto. No entanto, segundo ela, a reunião não foi registrada em sua agenda de trabalho e nem em sua agenda pessoal. %u201CSei que foi a tarde, não consegui precisar o dia, a hora e o mês em que ocorreu esse encontro. Na minha agenda oficial esse encontro não constou porque foi uma reunião reservada%u201D, disse Lina, ao responder aos questionamentos feitos pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS). Vieira disse que o encontro ocorreu no gabinete da ministra no quarto andar do Palácio do Planalto. Segundo a ex-secretária, Dilma pediu para agilizar, na Receita Federal, as fiscalizações que envolviam o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A ex-secretária disse ainda que não chegou a questionar o motivo pedido da ministra. %u201CEla [a ministra] foi cirúrgica edisse: 'eu preciso que você agilize a fiscalização do filho do Sarney.' Ela não me disse o porquê e eu também não perguntei. Não é da minha índole questionar as ordens." Lina afirmou ainda que, ao retornar ao prédio da Receita, não comentou com ninguém sobre o encontro. %u201CNão comentei com ninguém da Receita Federal. A única coisa que fiz foi pedir a um funcionário que me trouxesse um relatório sobre o caso. Quando vi que a agilização já estava sendo tocada pela Receita, coloquei uma pedra em cima e fui tratar de outros assunto. Nem dei retorno à ministra e nem fui cobrada.%u201D Para o senador Renato Casagrande (PSDB-ES), a falta de uma data determinada e a não existência do diálogo soa %u201Cestranho%u201D no relato da ex-secretária. %u201CNão ter uma data é estranho. Se eu fosse chamado para uma audiência com a ministra Dilma, certamente eu saberia a data, mesmo que aproximada. Minha assessoria também saberia. A não existência do diálogo também é estranho. Ela não perguntou o porquê do pedido, não procurou nem identificar com a ministra qual era o processo. Busquei muitos esclarecimentos nesse depoimento e não obtive. A única informação que obtive aqui é que ficou claro que não houve nenhuma espécie de ingerência da ministra Dilma Rousseff sobre o processo que envolve o filho do presidente do Senado%u201D, avaliou Casagrande. Diante a afirmativa de Lina de que o encontro realmente ocorreu, o senador Pedro Simon, que insistiu em tirar detalhes da chegada de Lina ao Palácio do Planalto, disse que o mais grave é a mentira, ou da ex-secretária, ou da ministra, que afirmou não ter participado de nenhum encontro com Lina. %u201CO grave é que uma das duas está faltando com a verdade. Para que a mentira? Uma não está dizendo a verdade%u201D, disse Simon.