A ex-secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, encerrou esta tarde seu depoimento na Comissão de Constituição e Justiça do Senado afirmando que reitera todas as informações prestadas por ela ao jornal Folha de S.Paulo, apesar de, segundo ela, alguns senadores tentarem confundir suas palavras. "Não abro mão dessa afirmação. Não mudo a verdade no grito, não preciso de agenda para dizer a verdade e a mentira não faz parte da minha biografia", afirmou Lina. Alguns governadores da base governista principalmente Aloizio Mercadante (PT-SP), foram bastante enfáticos e hostis durante seus questionamentos à ex-secretária. Mercadante chegou a pedir para que o marido de Lina, que a estava assessorando, parasse de falar.
Lina Vieira disse que, em nenhum momento, o pedido de encerramento da investigação contra o filho do senador José Sarney, Fernando Sarney, feito, segundo a ex-secretária, pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi indicando o resultado. "Ela não pediu para que encerrasse com resultado para mais ou para menos", disse. Ela afirmou que não fez nenhum juízo de valor sobre o pedido ao ser questionada se seria para proteger alguém.
Ela disse que considera que "pedir não é proibido" e lembrou que os parlamentares assediados por seus eleitores muitas vezes fazem pedidos e ela não vê ilegalidade. A ex-secretária disse ainda considerar que a Receita é uma instituição de Estado e que os seus servidores não estão ali para atender governo A, B ou C. "Os governos passam e nós continuamos", afirmou.
Sobre o suposto encontro, Lina Vieira disse que o motorista que a levou para o Palácio do Planalto tinha o nome Warley e que ela desceu na garagem. O encontro, segundo ele, ocorreu à tarde, mas novamente, ela não soube precisar quando isso ocorreu, apenas que foi no fim de 2008.
O senador Flecha Ribeiro (PSDB-PA) apresentou um requerimento solicitando que o Palácio do Planalto envie à Comissão as filmagens que ocorreram no mês de dezembro e o registro das placas dos veículos que frequentaram o local. O senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que presidiu a CCJ, não aceitou colocar em votação o requerimento e solicitou a Flecha Ribeiro que fizesse o pedido por escrito.