O Senado instaurou processo administrativo contra o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi pela suspeita de ocupação irregular de imóvel funcional. A decisão foi consequência de uma das comissões de sindicância instaladas na Casa para investigar denúncias contra o ex-diretor, acusado de emprestar o imóvel do Senado para os filhos enquanto morava em uma mansão em Brasília.
Portaria publicada na última terça-feira (11/8) instaurou o processo contra o ex-diretor, mas o Senado reeditou a medida no último boletim administrativo da Casa para substituir um dos servidores que vai investigar Zoghbi.
O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), revogou a portaria anterior que instaurava o processo contra o ex-diretor para retirar o servidor Fernando Arruda Moura da comissão.
[SAIBAMAIS] Os servidores Tiago Ivo Odon, Valtércio Magalhães Nogueira Filho e Antonio Fernando Ferreira Leite foram designados pelo primeiro-secretário para conduzir o processo disciplinar. Ao final das investigações, Zoghbi pode ser exonerado da Casa se ficar comprovado que efetivamente fez uso irregular do imóvel do Senado.
Na portaria, Heráclito afirma que há suspeita de improbidade administrativa por parte de Zoghbi. "Autoriza-se a instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor à vista de ocupação de imóvel funcional, com suposta prática de atos de improbidade administrativa, bem como descumprimento dos deveres funcionais e transgressão." O ex-diretor também responde a outro processo no Senado pela denúncia de que usou a ex-babá Maria Izabel Gomes, de 83 anos, para ocultar os filhos como donos de uma empresa que intermedia empréstimos de bancos a servidores do Senado.
Para tentar esfriar o caso, o ex-servidor entrou com pedido de aposentadoria. Na última segunda-feira (10/8), Zoghbi foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de concussão (extorsão praticada por funcionário público), inserção de dados falsos em sistemas de informação e formação de quadrilha. A PF indiciou Zoghbi pela participação no mercado de empréstimo consignado a servidores do Senado, que nos últimos três anos movimentou R$ 1,2 bilhão. A Polícia Federal também investiga a edição dos atos secretos. Os dois inquéritos estão sob o comando do delegado Gustavo Buquer.