Oposição e aliados do governo no Senado não têm dúvida de que o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), vai se manter no cargo. A dificuldade do Planalto e do PMDB para enterrar no Conselho de Ética as denúncias contra o senador, hoje, é enquadrar o PT. Os governistas decidiram ganhar tempo e o conselho só deverá se reunir na próxima quinta-feira. Antes, terão de superar o impasse criado pelo líder petista Aloizio Mercadante (SP), que se recusa a indicar aliados de Sarney para as duas vagas de titular do bloco governista no conselho.
;A reunião da quinta-feira dependerá de circunstâncias favoráveis. Precisamos conversar para termos segurança de que vamos ganhar;, explicou o presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), referindo-se à derrubada de 12 recursos contra o arquivamento de ações que implicam Sarney e o líder tucano Arthur Virgílio (AM).
A dificuldade momentânea de sustentar a maioria governista no conselho se deve ao movimento da bancada petista em favor da reabertura de um dos 11 processos contra Sarney, de olho nas eleições de 2010. Das quatro vagas do bloco governista no colegiado, apenas duas estão preenchidas, por João Pedro (PT-AM) e Inácio Arruda (PCdoB-CE). Como os dois primeiros suplentes - a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) - se recusam a votar, a cúpula do PMDB pediu ao presidente Lula que enquadrasse o PT e Mercadante.
Renan e Sarney não admitem ;ficar nas mãos; dos outros dois suplentes do bloco, os petistas Eduardo Suplicy (SP) e Augusto Botelho (RR). A saída que o PMDB exige é a de forçar o líder do PT a preencher as duas vagas com o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), e o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.