"Meramente, se fez justiça", afirmou hoje o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), ao comentar o arquivamento da denúncia apresentada contra ele pelo PMDB no Conselho de Ética da Casa. O parlamentar disse que a denúncia foi "uma violência contra um réu sem culpa" e não teria cabimento levá-la adiante, uma vez que o presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ), mandou arquivar as 11 ações apresentadas contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Duque decidiu hoje pelo arquivamento da denúncia contra o líder do PSDB apresentando razões políticas. "Não pode este conselho ser instrumento de ação político-partidária nem substituir o eleitor em sua decisão soberana como titular do poder", afirmou ele, no despacho em que pediu o arquivamento. Esse foi o mesmo argumento que Duque utilizou para arquivar as ações contra Sarney.
Virgílio é acusado de manter em seu gabinete um funcionário fantasma, de pedir empréstimo ao ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia para pagar despesas pessoais e de ter usado indevidamente o plano de saúde do Senado para tratamento da mãe (já falecida). Já nas ações contra Sarney, o presidente do Senado é acusado, entre outras denúncias, de responsabilidade na edição de atos secretos adotados para criação de cargos, nomeações e aumentos salariais e de irregularidades na administração da fundação que leva seu nome.