O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem (10/8), em entrevista à rádio Tudo FM de Salvador, que o governo federal interferiu na crise do Senado. ;Não tenho participado dessa discussão, mas fui senador e sei como aquela Casa funciona;, disse. Serra não citou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas deixou claro que identificou a participação do Palácio do Planalto nos acontecimentos do Senado. ;Na condição de governador tenho de manter uma relação institucional com o Senado. Houve realmente interferência do Executivo;, disse. ;Espero que os próprios senadores encontrem uma saída para essa crise.
Na semana passada, o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), decidiu pelo arquivamento de todas as 11 ações contra Sarney - e uma contra o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL). Ontem, porém, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM) e o PSOL recorreram ao colegiado contra o engavetamento. Sarney é acusado, entre outras denúncias, de responsabilidade na edição de atos secretos adotados para criação de cargos, nomeações e aumentos salariais e de irregularidades na administração da fundação que leva seu nome
Em Quito, no Equador, o presidente tentou se descolar da crise política no Senado e declarou que seria ;presunção; interferir nos processos abertos no Conselho de Ética contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). ;Eles têm os mecanismos. Que investiguem, que absolvam, que punam. Mas que não peçam a minha opinião.; O presidente voltou a repetir que o Senado tem ;maioridade e instrumentos; para investigar os casos ;do jeito que bem entender; e ;não cabe a ele dar palpites;. ;Seria presunção demais da minha parte.; As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.