Senadores de vários partidos ainda repercutem o bate-boca de ontem (6/8) entre os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL), por conta da representação do PMDB contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto. O próprio primeiro secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), iniciou os comentários na sessão plenária de hoje (7/8) ao ponderar que o fim de semana deve servir para que os parlamentares reflitam e retornem ao Senado, na segunda-feira (10), conscientes de que os debates não podem chegar a níveis como o visto na sessão de ontem.
;Eu só quero é que os companheiros senadores aproveitem o final de semana para uma meditação e voltem imbuídos de que esta é uma Casa de debates e que esses debates têm de ser acalorados e acirrados, mas que não podem, de maneira nenhuma, descer a níveis do que vimos esse final de semana;, disse Heráclito.
O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), em sua página no twitter qualificou de ;lamentável; as trocas de agressões verbais entre Jereissati e Calheiros. ;Faço questão de não ter a minha foto nessa moldura. Precisamos recuperar o debate qualificado;, acrescentou o petista. Segundo ele, fatos como esses contribuem apenas para aumentar o descrédito da sociedade com a política.
[SAIBAMAIS] Paulo Paim (PT-RS) ressaltou que em sete anos de mandato jamais viu uma crise da instituição tão grave como a de agora. Há quase 10 anos, desde o confronto entre o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o então senador e líder do PMDB, Jader Barbalho (PA), a Casa passa por sucessivas crises políticas, geralmente envolvendo o presidente.
No plenário, Paim reiterou a posição adotada pela bancada do PT de defender o afastamento de José Sarney da presidência do Senado. Já o senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que o episódio de ontem demonstra que ;o Senado está sem comando e que José Sarney não tem mais condições de presidir a Casa;.
Diante da extrapolação do confronto político que tomou conta do Senado, Casagrande acrescentou que passará o fim de semana em contato telefônico com outros parlamentares para avaliar a postura que deve ser adotada a partir da próxima semana.
O vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), questiona a estratégia de dar entrada em novas representações no Conselho de Ética. Para ele, essas iniciativas servem apenas para desgastar ainda mais a imagem do Senado. ;Precisamos dar um basta nisso". Ele afirmou que está na hora de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reunir a sua bancada e reavaliar o apoio a Sarney.