"A sessão mais degradante da minha vida. Assim descreveu o senador Demóstenes Torres o bate-boca protagonizado pelos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ocorrido na sessão da tarde de hoje (6). O democrata afirmou ainda que o Senado chegou a um ponto extraordinariamente baixo e questionou a necessidade da existência da instituição, abalada por sucessivos escândalos, que atingem, principalmente, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Hoje, experimentamos, ao menos eu experimentei de corpo presente talvez a sessão mais degradante na minha vida aqui dentro do Senado. Chegamos a um ponto extraordinariamente baixo. Temos que dar um basta a isso. Para que existe o Senado? Para que existe o Congresso Nacional? Somos um bando de fouchés [pessoas sem caráter], figuras menores que vêm aqui com o único objetivo do enriquecimento pessoal e não para defender os interesses da sociedade?, questionou Torres, demonstrando indignação com o segundo bate-boca ocorrido nesta semana.
O democrata ainda discordou da representação apresentada pelo PMDB, no Conselho de Ética, contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Para ele, a representação não teria validade nem fatos concretos, mas sim uma forma de intimidação pelo fato do PSDB ter apresentado representações conta Sarney.
O que estamos vendo aqui é a representação contra o senador Arthur Virgílio, representação desqualificada, sem qualquer fundamento. De que foi acusado o senador Arthur Virgílio, de contrair um empréstimo pessoal, é isso? Se ele deu ou não deu um calote, isso é um problema de dívida. Não é um problema de quebra de decoro, argumentou Torres.