A pressão para que o senador José Sarney (PMDB-AP) deixe a presidência do Senado tornou-se mais intensa hoje (6). Há pouco, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) leu, em plenário, um manifesto, assinado por 12 dos 81 senadores, pedindo que o peemedebista se licencie do cargo até o fim da apuração das denúncias que pesam sobre ele.
No documento, o grupo de senadores afirma que para iniciar a recuperação da dignidade do Senado é preciso a apuração com credibilidade de todas as denúncias contra a administração da Casa e o envolvimento de Vossa Excelência [Sarney].
O primeiro passo para isso é o afastamento de Vossa Excelência da presidência do Senado durante os trabalhos de investigação na Comissão de Ética, diz trecho do manifesto.
Para o grupo de senadores, o licenciamento de Sarney seria um gesto histórico em defesa do Senado e de sua biografia pessoal.
Presidindo a sessão, Sarney agradeceu a Cristovam pelo cuidado com sua biografia de ex-presidente, sem, no entanto, se pronunciar sobre o manifesto. Agradeço pelo zelo e a isenção que tem pela minha biografia, disse Sarney.
Ontem (5), o presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), arquivou três das cinco denúncias apresentadas pelo líder tucano, Arthur Virgílio (AM), contra Sarney. Aliado de Sarney, Duque também arquivou outras duas representações do P-SOL, uma contra o presidente do Senado e outra contra o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL).