O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ficou satisfeito com a reação de senadores aliados que o defenderam nesta segunda-feira em plenário, quando o senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a pedir sua renúncia do cargo. A informação foi confirmada por um assessor direto de Sarney à Agência Estado. Sarney se ausentou do debate em plenário, mas, segundo um funcionário da presidência da Casa, assistiu à sessão pela TV Senado.
Sarney teria ficado satisfeito, em especial, com o discurso do senador Fernando Collor (PTB-AL). O parlamentar alagoano, que foi obrigado a deixar a presidência da República em 1992 sob denúncias de corrupção, disse hoje: "Defendo a permanência de José Sarney nesta Casa porque não há ninguém com mais experiência e embocadura política do que ele. Tudo que ele está passando eu já passei. Eu sei como essas coisas são urdidas, tramadas, correm no subterrâneo".
[SAIBAMAIS]Outro ponto positivo dos debates de hoje, segundo avaliação que Sarney fez a assessores, teria sido a pouca interferência do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). O tucano é autor de seis denúncias contra o peemedebista no Conselho de Ética, mas, durante o desagravado dos aliados de Sarney em plenário, o líder do PSDB pediu a palavra por poucos minutos e aproveitou o tempo que lhe foi concedido apenas para defender Pedro Simon, que estava sendo fortemente criticado por Renan Calheiros (PMDB-AL) e Collor. Ao deixar o Senado no início da noite de hoje, José Sarney disse que estava tranquilo, mas, questionado se saía fortalecido após a defesa dos aliados em plenário, o senador se calou.