O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, ajuizou, no início da noite de hoje ação civil pública contra o ex-prefeito da Capital Paulo Maluf, sua mulher Sylvia, os filhos Flávio, Otávio, Lígia e Lina, a ex-nora Jacquelline de Lourdes Coutinho Torres (ex-esposa de Flávio), três empresas offshore sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas e a Eucatex. Na ação, os promotores de Justiça Sílvio Antonio Marques e Saad Mazloum pedem que todos sejam condenados a devolver cerca de R$ 300 milhões. O dinheiro, de acordo com os promotores, seria resultado de superfaturamento de obras públicas e teria sido remetido ilegalmente ao exterior para a utilização de compra de ações da Eucatex.
Ao saber da ação civil pública, a assessoria do ex-prefeito Paulo Maluf disse à Agência Estado o seguinte: "Paulo Maluf não tem e nunca teve conta no exterior. A compra de ações da Eucatex foi feita em 1997, de forma legal, juridicamente perfeita e aprovada pela Comissão de Valores Mobiliária (CVM). Essa proposta de ação civil pública é mais uma ;invencionice; do promotor de Justiça Sílvio Antonio Marques.
[SAIBAMAIS]A ação tem 120 páginas e 277 volumes de documentos, totalizando cerca de 55 mil páginas da investigação que vem sendo feita pelo Ministério Público. As investigações do Ministério Público sobre o suposto esquema de corrupção envolvendo o ex-prefeito Paulo Maluf começaram em julho de 2001, quando foi instaurado um inquérito civil. As apurações resultaram em seis ações cautelares, por meio da qual foi obtida a quebra do sigilo fiscal e bancário de Maluf e de seus familiares. De acordo com os promotores Sílvio Antonio Marques e Saad Mazloum, teriam sido desviados cerca de US$ 160 milhões dos cofres públicos municipais, por meio de superfaturamento de preços das obras da Avenida Água Espraiada (hoje Avenida Jornalista Roberto Marinho) e do Túnel Ayrton Senna.