O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) saiu hoje em defesa do colega tucano senador Arthur Virgílio (AM) acusado de ter recebido um empréstimo do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, de manter um funcionário fantasma em seu gabinete e de ter ultrapassado limites com gastos de saúde. Tasso reagiu à ameaça do PMDB de entrar com processos contra Virgílio. De acordo com ele, foi montada no Senado uma "tropa da baixaria incumbida de defender irregularidades a qualquer custo".
Ainda segundo Tasso, "com certeza, a coisa vai esquentar a partir de terça-feira", quando o Conselho de Ética vai analisar os processos que pedem a abertura de processo de cassação do mandato do presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP). "Não sei quando, mas daí tem que sair um Senado melhor. No Senado hoje, infelizmente, além de todas essas irregularidades, foi montada uma tropa da baixaria para defender essas irregularidades a qualquer custo. Não é um ambiente educativo o que está acontecendo lá dentro hoje", afirmou o tucano cearense.
Tasso também criticou a postura de Sarney diante das acusações que pesam contra ele, comparando-o ao ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). "O presidente Sarney pode estar cometendo o mesmo erro que o Renan cometeu quando, ao invés de defender, justificar e tentar de uma maneira ou de outra explicar, ele começa a usar uma tropa de choque desqualificada que existe dentro do Senado para ir fazendo ameaças e represálias. Esse é o pior caminho que pode ser assumido", condenou. Ele disse não haver dentro do PSDB nenhum temor.
"Apenas lamento profundamente a existência dessa tropa de choque que é desqualificada", insistiu. Tasso Jereissati falou aos jornalistas sobre a crise no Senado após palestra do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em um hotel de Fortaleza. O evento integra um ciclo de debates promovido pelo Centro Industrial do Ceará (CIC), entidade que completou 90 anos.