A pré-campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República vai de vento em popa e tem até reunião marcada para esta segunda-feira (20/06), em São Paulo. Inicialmente, farão parte desse grupo um triunvirato de ex-prefeitos: João Paulo, de Recife (PE), Marta Suplicy, de São Paulo, e Fernando Pimentel, de Belo Horizonte (MG). A escolha dos três para pensar a estratégia política de agregar aliados e definir conversas com vistas a 2010 vai além do fato de estarem os três sem mandato.
João Paulo pertence ao grupo Mensagem ao Partido, do ministro da Justiça, Tarso Genro. Pimentel integra o primeiro time do antigo Campo Majoritário, que hoje responde pelo nome de Construindo um Novo Brasil. E Marta é da tendência Novo Rumo, onde estão Ruy Falcão, Gilmar Tatto e outros nomes ligados à ex-prefeita. Todos administraram cidades-polo em termos eleitorais. Marta e Pimentel comandaram as capitais dos estados que reúnem os maiores colégios eleitorais do país. E João Paulo vem de Recife, uma das principais cidades do Nordeste.
Esse grupo, além do marqueteiro João Santana, que sempre dá palpites, forma o estafe político da ministra, cuidando quase que exclusivamente de sua pré-campanha. O primeiro desafio já foi vencido: tornar o nome de Dilma consenso em quase todo o PT. A segunda fase é cuidar para que a eleição interna do PT este ano não crie abalos nem nessa preferência e, se possível construir uma chapa única, coisa que o triunvirato considera difícil, até porque o registro de candidaturas se encerra no dia 25, ou seja, resta pouco tempo para buscar consenso em torno de José Eduardo Dutra, o nome que conta com a torcida e o voto do presidente Lula. É isso que estará em discussão na reunião de amanhã.
Ciro preocupa
Além do PT, o trio está encarregado ainda de aproximar os aliados da pré-campanha. Por isso, vão analisar também nesta reunião o que pode representar uma possível candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) a governador de São Paulo, numa parceria PSB-PT. Os petistas ficaram preocupados com as declarações de Ciro de que, se o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, for candidato a presidente, ele perde ânimo para a disputa. Viram na declaração de Ciro um sinal na direção dos tucanos. Afinal, querem Ciro na campanha da ministra. Ele está inclusive cotado para candidato a vice na chapa, na hipótese de o PMDB não fechar com a candidata petista.