O líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), atribuiu ao ministro Tarso Genro (Justiça) os ataques à governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), que enfrenta uma crise política. O tucano também criticou a filha de Tarso, a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), a quem chamou de "desequilibrada".
"O ataque sistemático ao governo genuinamente eleito no Rio Grande do Sul é uma orquestração do sinistro Tarso Genro, que não se envergonha de fazer isso do alto posto que ocupa, e de sua filha Luciana, uma desequilibrada que não tem a menor ideia sobre o que é democracia", disse Aníbal por meio de nota divulgada por sua assessoria.
O líder tucano está em Genebra (Suíça), onde acompanha a comitiva de deputados liderada pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
A deputada Luciana Genro retribuiu os ataques e disse que Aníbal é desequilibrado. "Não é a primeira vez que ele me acusa de conspirar com o ministro Tarso Genro. A primeira foi a representação que ele fez contra mim à Mesa Diretora da Câmara e que já foi arquivada. Quem foi desequilibrado foi ele ao entrar com esta representação", afirmou.
Luciana disse ainda que sua atuação contra o governo Yeda não tem relação com questões eleitorais. "Faço isso porque é minha obrigação fiscalizar o governo e defender o interesse público", disse.
Tarso disse por meio de sua assessoria que não vai comentar as declarações de Aníbal. Aníbal ressaltou que a "família Genro" não tem nenhum "apreço" pela democracia. O objetivo dos ataques, segundo o tucano, é eleger Tarso para o governo do Estado. "Para isso, escolheram a porta dos fundos", disse.
"Nessa ação clandestina ou o pai está traindo os ideais do PT ou a filha está traindo os ideais do PSOL. Mas isso não é estranho para eles, porque o Rio Grande do Sul sabe que os Genro colocam a família acima dos partidos a que estão filiados e da democracia", afirmou.
Aníbal também criticou o protesto realizado ontem por sindicalistas e estudantes em frente à casa de Yeda em Porto Alegre. O protesto contou com a participação de cerca de 200 pessoas, segundo os organizadores, e terminou com seis pessoas detidas. Após depoimento, todos foram liberados.
"Mandar um grupo de celerados agredir a governadora em seu próprio lar é um atentado às instituições do Rio Grande do Sul, que Yeda hoje representa, e à democracia brasileira", afirmou.