A oposição preparou para a instalação da CPI da Petrobras, marcada para terça-feira, uma ofensiva contra a estatal. Senadores do PSDB e do DEM vão apresentar requerimentos pedindo a cópia de todas as investigações da Polícia Federal e do TCU (Tribunal de Contas da União) contra a Petrobras, além de requisitar que as auditorias internas sejam disponibilizadas.
A ideia da oposição é destacar a imagem de caixa-preta da Petrobras e reunir documentos para que seus técnicos possam preparar um arsenal para constranger o governo e os diretores da estatal.
"A nossa intenção é mostrar mais uma vez que a CPI não tem o objetivo de prejudicar a estatal, mas esclarecer uma série de denúncias de irregularidades que pesam sobre essa empresa que é uma verdadeira caixa-preta", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que coordena as ações da oposição na CPI.
O material mais esperado pelos oposicionistas envolve as operações da Polícia Federal que investigaram fraudes em licitações e desvio de royalties de petróleo. Uma equipe de técnicos do PSDB já trabalha levantando detalhes sobre a execução orçamentária da estatal atrás de indícios de manobras ilegais.
A oposição também já tem engatilhados requerimentos de convocação, mas só serão apresentados depois do recesso parlamentar --que termina no dia 31-- quando a CPI deve ganhar fôlego. Um dos primeiros pedidos de convocação solicita que executivos da Iesa Óleo e Gás sejam ouvidos. Comando.
Na reunião da CPI na terça-feira, será eleito o presidente e indicado o relator. Para ter controle das investigações, os governistas decidiram ficar com os cargos de comando. Após a instalação da comissão, a oposição deve oficializar a devolução da CPI das ONGs (organizações não-governamentais) e enterrar a CPI do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte).
Os governistas tinham condicionado a criação da CPI da Petrobras a esses dois movimentos da oposição, mas trabalhavam para esvaziar as reuniões da comissão para adiar o início das investigações da Petrobras.
A oposição pretende reconduzir o senador Inácio Arruda (PC do B-CE) à relatoria da CPI das ONGs. O presidente da CPI das ONGs, Heráclito Fortes (DEM-PI), conduziu o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) à relatoria da comissão passando por cima dos governistas.