Com o enfraquecimento das cobranças de afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), os aliados do peemedebista liberaram a recomposição do Conselho de Ética da Casa que está desativado desde março. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), indicou nesta quarta-feira os quatro integrantes do partido que faltavam para fechar a composição do colegiado. Renan escalou senadores próximos que são considerados da sua tropa de choque. Os senadores Almeida Lima (SE), Welignton Salgado (MG), Gilvan Borges (AP), e Leomar Quintanilha (TO) vão representar o PMDB no conselho.
Agora, falta o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), encaminhar à secretaria geral do Senado o requerimento oficializando os indicados do partido. Mercadante se comprometeu a enviar a documentação nesta quinta-feira. A reportagem apurou que os aliados de Sarney querem acelerar a análise de uma denúncia e uma representação contra o peemedebista por quebra de decoro parlamentar que já estão na fila do Conselho de Ética e arquivar as acusações. A reativação do colegiado também favorece a estratégia dos senadores ligados ao presidente da Casa de intimidar opositores que insistirem em desgastar sua imagem. Eles também seriam levados ao colegiado. *Representações* Sarney foi alvo de uma denúncia do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), por causa dos atos secretos e de uma representação do PSOL.
A representação também envolve o líder do PMDB, que presidiu o Senado duas vezes durante a gestão do ex-diretor-geral Agaciel Maia, apontado como um dos responsáveis por manter as decisões administrativas em sigilo. Segundo o líder do PSOL no Senado, José Nery (AM), técnicos do partido fizeram uma avaliação dos atos secretos e entenderam que tanto Sarney quanto Renan foram beneficiados com as decisões sigilosas. De acordo com o PSOL, 15 pessoas ligadas diretamente ao presidente do Senado teriam sido beneficiadas com os atos, entre eles, o que nomeou seu neto João Fernando Sarney para o gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
O partido afirma que Sarney tem sido omisso diante da crise que atinge a imagem da intuição. "Sarney nada fez até o momento, se restringido a discursar sobre o problema afirmando ser uma questão institucional. Não anulou os atos, não tomou medidas saneadoras, deixando de preservar o Senado, bem como a integridade pública", afirma a representação. O PSOL acusa Renan de não ter tomado medidas para evitar os atos sigilosos. "Não investigou, não sindicou, não anulou os atos, não tomou medidas saneadoras. Enfim, permitiu a continuidade de ilícitos e de prejuízos fossem sofridos, deixando de preservar o Senado", diz o documento.