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Após crítica da PF, Senado encarrega secretário de prestar esclarecimentos sobre contratos

Em resposta à cobrança da Polícia Federal, o presidente do Senado, José Sarney (PMD - P), determinou nesta sexta-feira que o secretário de Controle Interno da Casa, Eduardo Torres, fique responsável por prestar esclarecimentos sobre o esquema desvio de recursos públicos em operações de crédito consignado para servidores da Casa. O ministro Tarso Genro (Justiça) encaminhou um ofício ao presidente do Senado pedindo que um técnico da Casa fosse designado para repassar todas as informações sobre os empréstimos consignados da instituição. "Vou pedir ao presidente Sarney que designe um técnico para disponibilizar toda a documentação. Queremos uma investigação profunda e técnica porque a PF não se envolve em questões de natureza política. Essa é a minha orientação e que tenho mantido. O trabalho vai a fundo e atinge todas as pessoas envolvidas", disse o ministro. O Senado resiste em repassar documentos com informações detalhadas sobre os contratos das empresas terceirizadas que intermediavam as movimentações financeiras e do sistema de crédito disponibilizado aos servidores. Segundo policiais que participam das investigações, a documentação entregue não consegue estabelecer como funcionava o esquema do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi com as empresas terceirizadas, suspeitas de serem de fachadas, que realizam os empréstimos. A PF abriu inquérito em maio para investigar o suposto esquema de desvio de recursos em contratos de empréstimos consignados de servidores do Senado com instituições financeiras. As investigações ficaram paradas por quase 30 dias porque o Senado não entregou documentos. A Polícia deve analisar a suspeita de que José Adriano Sarney, neto do presidente da do Senado, proprietário de uma das empresas que trabalha com empréstimos consignados para funcionários da Casa, tenha sido favorecido nas negociações com a instituição. Sarney e José Adriano divulgaram nota negando que a relação familiar tenha beneficiado a empresa da família atuasse no Senado. A descoberta de que José Adriano mantinha negócios no Senado aumentou a pressão para que o peemedebista se afastasse do comando da Casa. Reportagem da Folha Online mostrou que o suposto esquema de fraudes pode ter atingido 1.200 servidores da Casa. Um levantamento da Secretaria de Recursos Humanos identificou que esses funcionários tiveram empréstimos autorizados acima da margem permitida --que era de até 30% do salário-- na gestão de Zoghbi.