A reunião da bancada do PT no Senado que vai decidir sobre a manutenção ou retirada de apoio político ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), conta com o reforço do presidente nacional da legenda, deputado Ricardo Berzoini (SP). Segundo interlocutores, Berzoini teria sido escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para articular uma posição favorável ao peemedebista.
O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e a líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (SC), estiveram reunidos na manhã de hoje com Sarney. Assessores dizem que a conversa foi positiva para Sarney. Os petistas apresentaram a proposta de criação de uma comissão criação de uma comissão de senadores de vários partidos e consultores da Casa que busque uma reforma administrativa em conjunto com a Mesa Diretora.
[SAIBAMAIS]Os petistas querem propor a criação de uma espécie de Lei de Responsabilidade Fiscal com metas para serem seguidas, incluindo a redução de despesas, além de estabelecer mecanismos de controle e definir o fechamento de departamentos do Senado, como o Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) e o serviço médico.
A expectativa é que a decisão do PT também influencie o posicionamento de outros partidos da base governistas como PR-PRB-PC do B-PSB. Ontem, DEM, PSOL PSDB e PSOL cobraram o afastamento de Sarney. Os partidos somam 32 dos 81 senadores --menos do que os 41 necessários para votar a cassação de um mandato. Entre os aliados, ele conta com 17 dos 19 votos no PMDB a seu favor. Com sete senadores, o PTB fechou questão em apoio a Sarney. O PT, com 12, está dividido.
A pressão pela saída de Sarney aumentou depois da descoberta que seu neto é dono de uma empresa que negocia contratos de empréstimos consignados com funcionários do Senado. Vários parentes de Sarney foram empregados em gabinetes de outros senadores por meio de nomeações em atos secretos.