O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a demora para realização de obras devido a mecanismos de fiscalização. Em discurso em Santa Catarina, nesta manhã, Lula afirmou que "a máquina de fiscalização é muito mais eficiente do que a máquina de execução". "No Brasil hoje, tem mais gente pra não permitir que faça, do que gente pra fazer", completou. No início deste mês ,quando o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou maior transparência nas contas do governo federal e aprovou com ressalvas, a contabilidade de 2008 do governo federal, Lula destacou que "fiscalização rígida é diferente de fiscalização irresponsável".
Em balanço do Programa de Aceleração do Crescimento divulgado neste mês, estatísticas do governo apontam que apenas 15% das obras foram concluídas. Os empreendimentos prontos, que chegam a 335 em todo o país, somam R$62,9 milhões. No Distrito Federal e Entorno, o percentual de obras concluídas é ainda menor - 9%. O PAC, lançado no início do segundo mandato do governo Lula, é liderado pela ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, pré-candidata às eleições de 2010.
Lula criticou o que julgou ser um excesso de privatizações em governos anteriores, o que teria enfraquecido a ação do Estado, avalia o presidente.
A culpa para a demora da execução, ponderou, está na própria legislação do país. "Depois que a gente consegue (verba para obras), a gente entra em licitação, uma empresa ganha, as outras perdem. As que perdem entram com processo contra as que ganham. Aí fica mais um ano no Poder Judiciário. Quando está tudo resolvido, o Tribunal de Contas entende que houve sobrepreço. Para mais um ano. Quando está tudo resolvido, o Ministério Público entende que tem alguma coisa errada. É mais um ano."
Lula participou nesta manhã de evento no município em Itajaí, em Santa Catarina, para a comemoração do Dia do Pescador e criação do Ministério da Pesca e Aquicultura.