1 ; INÍCIO: o banqueiro Daniel Dantas foi investigado pela PF, pelo Ministério Público Federal e pela CPI dos Correios por suposto envolvimento no esquema do mensalão. Com base nas informações e em documentos colhidos em outras investigações, os policiais apuraram a existência de uma organização criminosa envolvida com a prática de diversos crimes. Para a PF, o dono do banco Opportunity é um dos chefes de uma organização que atuava por meio de empresas de fachada, operadas por testas-de-ferro.
2 ; NAHAS e PITTA: o grupo de Dantas atuaria com outro braço do esquema, que seria chefiado pelo investidor Naji Nahas e formado por empresários e doleiros que supostamente atuavam no mercado financeiro para realizar lavagens de dinheiro. Segundo a PF, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta utilizaria o esquema .
3 ; SUBORNO: a polícia relata que, durante as investigações, Daniel Dantas teria tentado subornar um delegado da PF para evitar a apuração que levou à sua prisão. Ele teria oferecido a um delegado R$ 1 milhão por meio de seu assessor Humberto Braz e do professor universitário Hugo Chicaroni.
4 ; PRISÃO E LIBERDADE: em julho, os empresários e o ex-prefeito foram presos pela PF por decisão do juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Dantas foi libertado depois de 48 horas por decisão do presidente do STF, Gilmar Mendes, que acatou um habeas corpus impetrado por advogados. Cerca de 10 horas depois que Dantas deixou a carceragem da Superintendência da PF em São Paulo, o mesmo juiz federal decretou novamente a prisão de Dantas por tentativa de suborno. A defesa recorreu ao STF e o ministro Gilmar Mendes novamente concedeu habeas corpus ao banqueiro.
5 ; CRISE NO JUDICIÁRIO: depois de soltar os presos, Gilmar Mendes enviou ao Conselho Nacional de Justiça as sentenças do juiz Fausto de Sanctis, contrárias à sua decisão. Associações de magistrados, de procuradores e de delegados reagiram contra o ministro e chegaram a fazer um ato de apoio ao magistrado paulista.
6 ; DESAVENÇAS NA PF: por determinação da cúpula da Polícia Federal, foi aberto um inquérito na corregedoria da PF em São Paulo para apurar o vazamento de informações da Operação Satiagraha. Uma equipe de TV acompanhou agentes que prenderam os suspeitos. Foi designado o delegado Amaro Vieira Ferreira para conduzir o inquérito.
7 ; PROTÓGENES: em meio às denúncias, o delegado que conduz o caso, Protógenes Queiroz, deixou a investigação. O governo se apressou a dizer que ele pediu afastamento por decisão própria para participar de um curso interno da PF. O delegado apresentou outra versão, segundo a qual ele teria sido pressionado a deixar o caso.
8 ; COLABORAÇÃO DA ABIN: reportagem da revista Veja acusou a participação de agentes da Abin na investigação conduzida por Protógenes Queiroz. O diretor da agência, Paulo Lacerda, confirmou, na CPI dos Grampos, que "alguns" agentes foram cedidos para a PF a fim de colaborar com atividades menos importantes. Mais tarde, porém, descobriu-se que a Abin chegou a ceder pelo menos 78 agentes, segundo investigação da corregedoria da PF.
9 ; GRAMPO: reportagem divulgou em seguida informação de que o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demostenes Torres tiveram uma conversa grampeada. A suspeita é de a gravação tenha sido feita durante a investigação da Satiagraha. Equipamentos da PF e da Abin foram recolhidos por ordem judicial para esclarecer a acusação, que ainda não tem um desfecho.
10 ; VAZAMENTO: a pedido do delegado Amaro Ferreira, a Justiça determina a realização de busca e apreensão em três endereços do delegado Protógenes Queiroz, indicando que ele passou a ser alvo da própria corporação à qual pertence. Há informações de que Paulo Lacerda pode ser responsabilizado por "usurpação de poder" ao ceder homens da agência para participar da investigação da Satiagraha.
11- INDICIAMENTO: em abril passado o delegado Amaro Ferreira, que presidiu inquérito sobre os vazamentos de informações da Operação Satiagraha, indiciou Protógenes por compartilhar informações com a Abin, entre outras coisas.
12 - DENUNCIA: em maio deste ano, o Ministério Público Federal denunciou o delegado Protógenes Queiróz e um escrivão de sua equipe por vazamentos de informações e fraudes.