O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou hoje que não será pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo em 2010 e defendeu o diálogo entre o Partido dos Trabalhadores, PSB, PDT e outros partidos para a definição de um nome para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Mercadante disse que seu partido tem bons nomes para o governo paulista, mas não mostrou oposição a uma eventual candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo paulista. "O PT tem grandes nomes, mas o PSB tem todo o direito de apresentar uma proposta ao PT. Ciro Gomes tem experiência, compromisso e uma visão de Brasil muito próxima à nossa. PT e PSB têm que conversar e, juntos, encontrar uma solução". Entre os nomes citados pelo senador estão o deputado federal Antonio Palocci, a ex-prefeita Marta Suplicy, o senador Eduardo Suplicy e o prefeito de Osasco, Emídio de Souza.
Outro que admite uma alternativa que não uma candidatura própria do PT é o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, que escreveu em seu blog ser um erro defender apenas um nome do PT. "Descartar a hipótese de uma candidatura de outro partido não é posição que agregue e facilite alianças em São Paulo. A tese de que o PT tem que ter candidato próprio, defendida pela bancada estadual em nota, pode parecer algo evidente, mas é um erro.
No plano nacional, Mercadante considerou não haver espaço para um eventual apoio do PT à candidatura Ciro Gomes. "Fechamos com a Dilma (Dilma Rousseff, atual ministra da Casa Civil). Estamos unificados em torno desta questão". Na avaliação do senador petista, a saída de Luiz Inácio Lula da Silva da Presidência da República deixará um "vazio muito grande", que se traduzirá em apoio a Dilma.
Sobre a crise dos atos secretos do Senado, Mercadante disse que a Casa tem que admitir seus erros e realizar uma reforma profunda. "É inconcebível ter um diretor por 14 anos", afirmou, referindo-se ao ex-diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. Ele contemporizou ao comentar as declarações do presidente Lula de que o senador José Sarney (PMDB-AP) não poderia ser julgado como uma pessoa comum. "O presidente fez um apelo para que a discussão seja feita com responsabilidade", disse. Mercadante participou hoje em São Paulo do XI Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.