O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) propôs hoje a eliminação de todas as vantagens acessórias (as chamadas mordomias) inerentes ao mandato parlamentar, como medida de enfrentamento da atual crise pela qual passa o Senado. Entre essas vantagens, estão o carro oficial, cotas de telefones, entre outras. Ele ainda sugeriu uma auditoria externa para todos os contratos firmados pela diretoria da instituição. Pouco antes, ele já proposto a demissão imediata do atual diretor-geral da Casa, Alexandre Gazineo.
As medidas foram definidas em reunião de nove senadores do DEM, PSDB, PDT e PSB. Para que elas não sejam caracterizadas como de um grupo, Jereissati propôs que os outros senadores também assinem o documento para que só depois seja entregue ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
As propostas abrangem ainda a indicação, no prazo de uma semana, de um novo diretor-geral, que deverá ser referendado pelo plenário da Casa, e que ele apresente um plano de reforma administrativa, com "metas de redução de pessoal e suspensão de novas contratações". O grupo de senadores quer também a realização de reunião ordinária mensal para definir pauta de votações para o período seguinte, para "evitar surpresas com o conteúdo das votações".
As propostas foram anunciadas um dia após Sarney fazer um discurso na tribuna sobre acusação de práticas de nepotismo e de outras irregularidades. O peemedebista é acusado de autorizar atos secretos na Mesa Diretora para uma série de contratações, inclusive de parentes, conforme reportagens publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.