Senadores do DEM e do PSDB vão se reunir na próxima semana para discutir a possibilidade de abrir mão da relatoria da CPI das ONGs que funciona no Senado. Como o impasse em torno da relatoria ameaça a instalação da CPI da Petrobras na Casa, a oposição já admite nos bastidores reconduzir o senador Inácio Arruda (PC do B-CE) ao cargo na comissão investiga as ONGs.
"Não podemos mais dar desculpas aos obstáculos colocados pela base governista na CPI da Petrobras", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, sinalizou que não está disposto a sair da relatoria da CPI das ONGs. O tucano foi escolhido relator pelo presidente da comissão, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), depois que Arruda se tornou suplente da CPI.
O regimento do Senado impede que um suplente seja relator de CPI, por isso Heráclito aproveitou a brecha aberta por Arruda e designou Virgílio para o cargo.
O líder do PSDB disse que o partido está disposto a obstruir votações na Câmara e no Senado se os governistas insistirem em boicotar a CPI da Petrobras. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a base aliada só vai comparecer à CPI da Petrobras depois que o impasse na comissão das ONGs for solucionado.
Como os governistas são maioria na CPI da Petrobras, a instalação da comissão ficou prejudicada porque não há quórum suficiente, como ocorreu na sessão desta quarta-feira.
O presidente temporário da CPI da Petrobras, Paulo Duque (PMDB-RJ), disse que só vai voltar a convocar a sessão para que a comissão seja efetivamente instalada depois que os governistas se comprometerem em dar quórum para o início dos trabalhos.