Enquanto não for resolvido o impasse entre oposicionistas e governistas em relação à relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais (ONGs), "nada mais em relação à CPI da Petrobras será tratado", afirmou a líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC). A declaração foi feita depois da reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve com os líderes governistas e o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, no Palácio da Alvorada.
Depois de fazer a ressalva de que a CPI da Petrobras não foi tema do almoço, a senadora afirmou que o impasse foi "criado pela própria oposição, que resolveu ter uma atitude autoritária em relação à CPI das ONGs, e enquanto não se resolver o impasse, a CPI (da Petrobras) está prejudicada." Ideli se referia à decisão do presidente da CPI das ONGs, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), de entregar ao líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), a relatoria da comissão.
"O presidente da CPI (das ONGs), sequer conheceu a questão de ordem", disse Ideli, sobre consulta feita pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que queria saber se estava de acordo com o regimento da Casa a nomeação de Virgílio, sob alegação de que o então relator, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), havia se tornado integrante da CPI da Petrobras. "Ele (Heráclito) não deliberou. Não permitiu que o plenário da CPI deliberasse. Então, enquanto não houver solução a essa questão, nada mais em relação à CPI da Petrobras será tratado.
A senadora e o líder do Governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), informaram que, durante o encontro, foi discutida a tramitação de matérias de interesse do governo, como a medida provisória (MP) do programa habitacional Minha Casa Minha Vida e projetos como o da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o da reforma tributária, além das MPs que estão travando a pauta, principalmente no Senado.