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Lula chama confronto de Minc com ministros de algazarra de filho quando pai sai de casa

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou hoje "algazarra" de filho o embate entre o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) com os colegas de governo Reinhold Stephanes (Agricultura) e Alfredo Nascimento (Transportes). Minc reclamou publicamente dos dois ministros. "Quando um pai tem muito filho e os pais saem de casa, os filhos fazem algazarra e brigam entre si", disse ele após participar de cerimônia de comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente em Caravelas, na Bahia. Antes, ele visitou o Parque Nacional dos Abrolhos. Lula disse que pretende reunir os ministros para colocar um ponto final na discussão. "Pretendo reunir os filhos para que eles se coloquem de acordo. Porque não tem sentido ter briga entre dois ministros porque não é necessário. Se tem divergência, a divergência se coloca na mesa do presidente e a gente resolve", afirmou. Machadinhas No mês passado, Minc se reuniu com Lula para reclamar de colegas de Esplanada que, segundo ele, estariam fechando acordos nos gabinetes e depois, à revelia do que fora decidido, vão com suas "machadinhas" ao Congresso para "esquartejar" a legislação ambiental. "Eu disse ao presidente que completei um ano no cargo, servi lealmente ao presidente, resolvi vários imbróglios, e que uma série de questões estavam tirando a sustentabilidade ambiental e a política do ministério. Vários ministros combinavam uma coisa aqui, depois iam lá no parlamento, cada um com sua machadinha, desfiguravam a legislação ambiental", afirmou. Ontem, Minc admitiu que foi enquadrado por Lula e que deve moderar suas críticas. "Ele [Lula] disse: ´Minc, você briga, faz as pazes. Briga com o cara da soja, faz as pazes. Briga com o Maggi, faz. Eu prefiro assim. Eu sei o que vai, o que não vai, as coisas estão andando, o desmatamento está caindo. Só peço para você tomar mais cuidado na questão pública em relação aos outros ministros´", afirmou ao relatar as palavras de Lula. Minc disse que, como "ministro obediente" ao chefe, não vai fazer mais polêmicas públicas com os colegas. "Quanto aos princípios ideológicos, as minhas convicções, eu manterei e ficarei até o fim, desde que mantendo naturalmente os meus princípios, o que é muito mais importante do que ficar no governo", disse. Ruralistas Além do impasse com os colegas de governo, Minc também discutiu publicamente com parlamentares que integram bancada ruralista, ligada aos agricultores. O ministro chamou os parlamentares de "vigaristas" de cima de um carro de som, ao participar de marcha ao lado de trabalhadores rurais. A senadora Katia Abreu (DEM-TO) protocolou denúncia contra Minc na PGR (Procuradoria Geral da República) por crime de responsabilidade e pediu a demissão do ministro à Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Minc minimizou ontem o impasse com os ruralistas. "Fiz acordos com a soja, do agronegócio, fiz acordos com a cana, fiz acordos com o governador [Blairo] Maggi [Mato Grosso]. Ora, se fiz acordo com a soja, com a cana e com o governador Maggi, por que eu não posso fazer com a senadora Kátia Abreu, que é muito mais bonita, muito mais simpática e muito mais articulada? É uma questão de tempo", disse. O ministro reconheceu que se "excedeu" ao participar da marcha, mas disse que os "excessos foram ainda maiores do outro lado" --em referência aos ruralistas. "É claro que no momento da briga, eu no carro da Contag me excedi. Aqui no Parlamento pediram meu pescoço, mas pelo que me consta ele ainda está no mesmo lugar e provavelmente vai ficar até o fim do governo Lula, então nós temos que nos entender. Queremos o bem do Brasil. Se entender não significa exceder." Minc disse que vai procurar a senadora na semana que vem para tentar "acertar os ponteiros" após a discussão pública.