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Múcio nega que veto de Renan a Jucá atrapalhe definição do comando da CPI da Petrobras

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O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) negou nesta quinta-feira que o impasse sobre a definição do comando da CPI da Petrobras seja motivado pelo veto do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ao nome do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) para a relatoria. Múcio disse que espera uma solução para amanhã. Segundo o ministro, não há um racha entre os governistas, mas a busca pelos melhores nomes. Nos bastidores, governistas que acompanham as negociações sustentam que Renan não aceita deixar a relatoria para Jucá porque ele teria sido indicado pelo líder do PT, Aloizioo Mercadante (SP). "Absolutamente. Não existe veto de nomes, mas colocações de posições. Houve má interpretação de alguns segmentos quando alguns companheiros que não ocupam lideranças não foram para determinadas posições. É que os líderes têm assento nas CPIs é um espaço que não podemos perder. Se o regimento já diz que para o líder participar da CPI não precisa da indicação não podemos perder este posto", afirmou. Múcio afirmou que o governo também está ansioso para saber quem vai estar no comando até para poder definir a orientação que será repassada aos governistas. "Essa é uma decisão suprema dos senadores agora nós ficamos querendo saber logo quem vai ser para que os trabalhos comecem. Esperamos uma decisão até o final de semana. Depois de eleito o presidente e escolhido o relator é que vai se vê qual vai ser a diretriz do trabalho", disse. O ministro voltou a afirmar que é contrário a CPI porque ela pode prejudicar os investimentos da estatal. "Eu sou suspeito para falar sobre CPI porque eu acho que qualquer CPI inibe alguma coisa. Qualquer CPI, em qualquer setor cria inibições de investimentos e insegurança em relação ao trabalho", disse. Mantendo a linha do discurso seguido pela cúpula do governo, Múcio reforçou que a CPI será importante para a sociedade brasileira conhecer a estatal. "O governo está tranquilo, quer colaborar e ver as coisas todas esclarecidas e quaisquer dúvidas quer apareçam quer esclarecer. A sociedade vai conhecer o papel importante da Petrobras e a sociedade vai se orgulhar", disse. Com a polêmica em torno dos cargos de comando, a base aliada no Senado adiou para a próxima quarta-feira a instalação da CPI. A previsão era que os trabalhos começassem hoje. Os líderes Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aloizio Mercadante (PT-SP) disputam nos bastidores as indicações para o comando da CPI. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), é cotado para assumir a relatoria, mas enfrenta resistências dentro do partido. O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) ganha força para se eleger relator da comissão. Como o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) não é mais titular da CPI, Raupp assumiu a vaga aberta com a saída do colega --que se transferiu para a suplência da comissão ao descobrir que terá que ser submetido a uma cirurgia. Ex-líder do PMDB na Casa, Raupp agrada ao grupo de Renan para assumir a relatoria. Mercadante, por sua vez, trabalha para indicar um parlamentar do PT para a presidência da comissão. Os senadores Ideli Salvatti (PT-SC) e João Pedro (PT-AM) são cotados para o cargo, mas enfrentam resistências do PMDB na queda de braço entre os dois partidos.