;Tanto não houve mensalão que eu não fui eleito presidente da Câmara;, declarou na quarta-feira (3/6) o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado do PT, à saída do Fórum Criminal Federal de São Paulo, onde depôs no processo sobre suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada do governo.
Fundador do PT e deputado por São Paulo em quatro mandatos, Greenhalgh foi candidato à presidência da Câmara para o biênio 2005-2006, mas acabou derrotado por Severino Cavalcanti (PP-PE). ;Eu era o candidato do governo, nessa linha de raciocínio se tivesse mensalão eu teria sido eleito, talvez o resultado tivesse sido outro;, disse.
Greenhalgh foi ouvido como testemunha de defesa de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido e um dos 40 réus do mensalão. Ao todo, são 96 depoimentos da defesa que estão sendo colhidos há dez dias pela 2ª Vara Criminal Federal em São Paulo, em cumprimento à carta de ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) - onde tramita a ação penal sobre o mensalão.
Hoje deverá depor o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, arrolado pela defesa do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor da denúncia sobre existência do mensalão. Jefferson também pediu depoimento do ex-governador paulista Geraldo Alckmin. Na semana passada, o ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos depôs como testemunha de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil. ;Não teve mensalão;, afirmou Bastos.