Depois de criticar a ;algazarra; na Esplanada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enquadrou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que estava, até ontem, em duas frentes de batalha: contra o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, por causa da pressão pelo licenciamento das obras da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho; e contra os ruralistas, aos quais se referiu como ;vigaristas; na semana passada.
Em plena cerimônia de balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que possui várias obras criticadas por ambientalistas, Minc disse ontem que, embora seja contrário à concessão da licença para a rodovia, quem manda no governo não é ele, ;é o presidente Lula, e o presidente quer a licença;. Mas Minc voltou a insistir que, para dar a licença, exige o cumprimento de uma lista de condições, como a construção de postos de vigilância e unidades de conservação.
Diante da posição do colega, o ministro Nascimento até marcou data para a licença: dia 15 deste mês. Minc afirmou que não se importa com datas, mas com as exigências ambientais, e que, se estas forem cumpridas, não tem nenhum problema em conceder a licença daqui a 11 dias.
Na semana passada, Minc se queixou ao presidente Lula dos ministros Alfredo Nascimento, Reinhold Stephanes (Agricultura) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos). Minc disse que eles combinavam uma coisa no governo e depois pegavam a ;machadinha; e iam ao Congresso atacar a legislação ambiental.