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Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, mesmo sem mandato de prefeito, ocupa a instituição pela quinta vez

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Se no Congresso o debate a respeito do terceiro mandato provoca opiniões acaloradas de parlamentares contrários e favoráveis à proposta, a reeleição continuada não parece ser um tema polêmico na Confederação Nacional dos Municípios (CNM), uma das principais entidades de representação das prefeituras. Na última semana, o gaúcho Paulo Ziulkoski, 63 anos, assumiu o quinto mandato à frente da CNM, numa chapa única que conquistou 98,03% dos votos.

O advogado foi o primeiro prefeito da então recém-emancipada Mariana Pimentel, município gaúcho de 4 mil habitantes, e voltou ao cargo em 2001, sempre pelo PMDB, partido do qual é filiado desde a juventude. Os anos distantes do exercício de fato de um mandato de prefeito são motivo de críticas entre filiados da confederação, interessados em mudar o estatuto e estabelecer novas regras para a escolha do presidente da CNM, cujo mandato é de três anos. Os prefeitos, no entanto, reconhecem que, afastado da carreira política, Ziulkoski teve tempo para defender a causa municipalista e fortalecer o poder da confederação no governo federal. O gaúcho ainda é um dos vice-presidentes da Federação Latino-Americana de Cidades, Municípios e Associações (Flacma).

Foi no primeiro mandato de Ziulkoski que se criou a Marcha dos Prefeitos, que traz a Brasília políticos de todo o país para pressionar o Congresso e o governo federal a tomar medidas favoráveis aos municípios. Neste ano, a marcha tem como principais itens a regulamentação da Emenda 29 (mais dinheiro para saúde) e a aprovação da PEC dos Precatórios, ambas sob cuidados dos deputados federais. ;Não abrimos mão de que (as propostas) sejam votadas na Câmara como vieram do Senado;, afirma o presidente da CNM.

O encontro nacional com prefeitos de todo o país, realizado em fevereiro, apenas adiou o evento ; e fortaleceu a imagem de Ziulkoski entre os prefeitos novatos, avalia um membro da CNM. ;Ele apresentou um discurso que agrada aos ouvidos dos prefeitos, de que os municípios são estrangulados pelo governo. A estrela era o Lula e quem virou estrela foi ele;, lembra.

Articulação
No Congresso Nacional, no entanto, as críticas recorrentes nem sempre são bem vistas e, por isso, avaliam integrantes da CNM, o presidente perde poder de articulação entre deputados e senadores. ;Ele tem uma liderança muito forte, um trabalho de crédito por ter transformado uma entidade minúscula numa respeitada. E quem está no mandato enfrenta desgastes pelos enfrentamentos;, resume outro prefeito. Assim, a intenção agora é uma melhor distribuição das tarefas entre os membros da diretoria, cuja formação se deu a partir de negociações entre antigos e futuros integrantes. Um dos pré-candidatos à presidência da CNM, por exemplo, o ex-prefeito de Colatina (ES) João Guerino Balestrassi assumiu a primeira vice-presidência da chapa CNM Independente, comandada por Ziulkoski.

A eleição do prefeito de Vitória (ES), João Coser, para a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) também interferiu nos planos de mudança ; seria difícil eleger políticos do mesmo estado para comandar as duas entidades municipalistas. ;Acho que meu tempo já está se esgotando, mas os prefeitos entenderam que (o novo mandato) é mais um desafio;, disse Ziulkoski, na véspera da posse.