O discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva ganhou tom de comício durante solenidade de inauguração de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) hoje na comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro. Lula brincou que o governador do Estado, Sérgio Cabral, vai com frequência a Brasília para pedir verbas ao governo e disse que deixará trancada a porta do gabinete presidencial e "só volto em dezembro de 2010, para entregar o mandato para outra pessoa". A afirmação do presidente gerou uma série de gritos do público, que se dividia entre os nomes "Lula", "Dilma", e "fica". Diante da manifestação, Lula afirmou que "depois vão dizer que o Lula falou em campanha política, vocês é que se meteram a gritar esse nome aí. Espero que a profecia que diz que a voz do povo é a voz de Deus esteja certa neste momento".
Em seu discurso, Lula aproveitou uma referência ao vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, para lembrar que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que o acompanhou na solenidade, "é a mãe do PAC". Lula se referiu também indiretamente às eleições quando afirmou que "quem não quiser ouvir a reivindicação do povo, que não se candidate a nada, nós não temos medo, vou vir aqui mais uma vez esse ano para inaugurar casas". O presidente disse ainda que "estamos mostrando que esse País pode ser diferente se a gente aprender a não eleger mais vigaristas, mas pessoas que tenham compromisso com o povo, que abraçam o pobre, que beijam o cego".