Com minoria na CPI da Petrobras do Senado, o PSDB vai conduzir uma espécie de "investigação paralela" para garantir que as denúncias contra a estatal sejam apuradas. A estratégia dos tucanos será encaminhar denúncias relacionadas à Petrobras ao Ministério Público Federal, além de apresentá-las à comissão parlamentar de inquérito.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que o Ministério Público será o caminho para as investigações por acreditar que a base aliada governista vai blindar a Petrobras na CPI. "A criatividade se exige em circunstâncias como essa, vamos levar as denúncias a sério, propondo ao Ministério Público a investigação judiciária. Vamos ter o trabalho limitado pela imposição da maioria, por isso vamos encaminhar as denúncias à CPI e ao Ministério Público", disse.
O tucano afirmou que o PSDB vai produzir uma espécie de "relatório paralelo" às investigações conduzidas pelos governistas para ser apresentado ao final dos trabalhos da comissão. "A soma das denúncias, ao final, compõem um relatório paralelo. Estaremos produzindo o relatório antecipadamente para manter a CPI viva, e não morta." Ao contrário da promessa de adotar investigações "serenas" sobre a Petrobras, a oposição agora está disposta a investigar a fundo a estatal. Os tucanos ficaram irritados com a decisão da base aliada governista de ficar com a presidência e a relatoria da CPI, sem ceder um dos cargos ao DEM ou PSDB.
"Devido ao rolo compressor, temos que investigar todas as denúncias. Temos que investigar negócios suspeitos fechados pela direção da Petrobras como a venda da empresa Petroquímica. É uma negociação suspeita que tem que ser investigada", afirmou.
Dias reconheceu, porém, que a oposição não terá forças para aprovar requerimentos de quebra de sigilo de autoridades da Petrobras ou do governo, ou mesmo convocar autoridades do Executivo para prestarem explicações à CPI. Das 11 vagas de titulares na CPI, oito são da base aliada governista e três da oposição.