Jornal Correio Braziliense

Politica

Advogado de Dirceu diz que denúncia do mensalão é peça de ficção

;

O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), disse nesta quarta-feira que a denúncia do mensalão é uma "peça de ficção" feita pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza. "A intensão da defesa é rebater ponto por ponto a denúncia. [...] Temos total tranquilidade porque é fundamental demonstrar na verdade. A denúncia nada mais é do que uma peça de ficção feita pelo procurador-geral da República", afirmou Oliveira Lima, que acompanha o depoimento das testemunhas de defesa de Dirceu na Justiça Federal de São Paulo. Procurado pela reportagem, o procurador-geral ainda não se manifestou sobre as declarações do advogado. O procurador-geral ofereceu a denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) em abril de 2006 contra 40 suspeitos de participarem de um suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada. Em agosto de 2007, os ministros do Supremo acataram a denúncia e transformou os suspeitos em réus. Entre os denunciados estão os ex-ministros Luiz Gushiken (Comunicação do Governo), Anderson Adauto (Transportes) e Dirceu, o empresário Marcos Valério, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), além do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das denúncias do mensalão. Dos 40 denunciados, 39 continuam respondendo como réus. O ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira fez um acordo e foi excluído da ação em troca do cumprimento de pena alternativa. Entre as testemunhas de Dirceu estão o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Bastos disse que só vai falar "coisas muito abonadoras" sobre Dirceu. "Ele é um sujeito disciplinado, preparado e eu nunca o vi trabalhar menos de 12 horas na Casa Civil. Antes da gente se conhecer, a gente já tinha uma relação familiar", afirmou Bastos, ao lembrar que seus pais foram padrinhos de casamento dos pais de Dirceu. O calendário das audiências seguiu a determinação do STF, onde tramita a ação. Ao todo, serão ouvidas 96 pessoas até o dia 5 de junho.