A materialização do voto eletrônico foi descatado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (26/05). Principal proposta dos parlamentares da Subcomissão Especial de Segurança do Voto Eletrônico, da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a medida é considerada um retrocesso pelo Tribunal, tendo em vista a segurança e agilidade confirmadas por um estudo do comitê de análise do sistema brasileiro de voto eletrônico, entregue nesta manhã aos parlamentares em uma solenidade no TSE.
O estudo fez um diagnóstico aprofundado do modelo adotado no país. O grupo, formado por quatro especialistas em tecnologia e segurança da informação, trabalhou durante dois meses na análise que avaliou todo o processo eleitoral, desde a fase de cadastramento até a totalização dos votos, passando pelas etapas de votação e apuração. A segurança do processo foi atestada, segundo um dos responsáveis pela análise, o professor da Universidade de Brasília Mamede Lima Marques, PhD em Lógica Aplicada à Computação.
a impressão do voto foi adotada no Brasil em 1996, na primeira eleição com urna eletrônica, mas abolida por uma série de problemas. Na época, defeitos nas máquinas impressoras geraram filas e atrasos. A experiência voltou nas eleições de 2002, por imposição de lei complementar. Mas novamente foi abandonada e substituída pela certificação eletrônica.
O registro digital fica guardado em um dispositivo e a recontagem é automatizada. Mas essa é a grande preocupação dos parlamentares, que pediram o estudo em um relatório com 46 assinaturas, entre outras propostas. Os membos da subcomissão alegam que o material impresso seria mais confiável em caso de suspeita de fraude. "O dispositivo eletrônico não serve para recontagem. O número cai ali e acabou, é aquele mesmo número da votação", questiona o relator da Subcomissão do Voto Eletrônico, deputado Gerson Peres (PP-PA).