O Senado paga ilegalmente, há seis anos, auxílio-moradia para os senadores que não moram em apartamento funcional, revela reportagem de Adriano Ceolin e Andreza Matais, publicada na edição desta terça-feira (26/5) do jornal Folha de S. Paulo. O ato que previa o pagamento do auxílio-moradia --pago para os parlamentares custearem despesas com habitação em Brasília-- foi anulado em 2002 pela Mesa Diretora do Senado.
Os gastos irregulares somam cerca de R$ 11 milhões. A direção do Senado informou que 42 senadores têm direito ao benefício. Os demais vivem em apartamento funcional ou abriram mão da verba. A reportagem cita ainda dois casos de senadores --Gerson Camata (PMDB-ES) e Valdir Raupp (PMDB-RO)-- cujas mulheres recebem auxílio-moradia de R$ 3.000 da Câmara por serem deputadas e que também recebem o benefício do Senado. Há também o caso do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), que recebia o benefício até o mês passado mesmo afastado do Senado. A mulher dele, deputada, ainda recebe. Os três têm casa em Brasília. Outro lado.
O terceiro-secretário do Senado, Mão Santa (PMDB), responsável na Mesa Diretora por assuntos relacionados à moradia dos senadores, disse que ficou "estarrecido" quando descobriu que o pagamento do auxílio-moradia estava sendo feito irregularmente desde 2002. Segundo ele, a revogação do ato que disciplinava o benefício deve ter sido feita "inadvertidamente".