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PSDB consulta a CCJ do Senado para ampliar a participação da oposição na CPI

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O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), decidiu nesta segunda-feira mudar a estratégia para tentar conseguir mais uma vaga para a oposição entre os titulares da CPI da Petrobras. Ao invés de apresentar um recurso à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o tucano vai fazer uma consulta à comissão. Com o recurso, a instalação da comissão de inquérito poderia ser adiada até que a CCJ desse uma resposta. A consulta, por outro lado, não impede o início dos trabalhos. Segundo Virgílio, se a avaliação da CCJ for positiva, a vaga poderá ser criada com a CPI em andamento. O tucano espera contar com a ajuda do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), presidente da CCJ, para acelerar a análise da consulta. "Essa é a melhor saída regimental para não atrapalhar nem retardar os trabalhos. Portanto, se tiver um posicionamento favorável, vamos buscar nossos direitos", afirmou. Os oposicionistas tentaram na semana passa aumentar de três para quatro as vagas de titulares do DEM e PSDB porque sustentam que a divisão dos integrantes da CPI deve ter como base o tamanho das bancadas partidárias no momento em que os senadores foram diplomados --e não tomando como parâmetro a quantidade atual de parlamentares na Casa. A mudança permitiria aumentar uma vaga para o DEM ou PSDB na comissão, uma vez que a oposição tinha mais senadores na data da diplomação do que no quadro atual das bancadas. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), rejeitou o pedido. Pela divisão anunciada no Senado, a base aliada do governo ficaria com oito das 11 vagas de titulares da comissão. O DEM e o PSDB ficariam as três vagas restantes de titulares. O desequilíbrio de forças se repete também nas vagas de suplentes. Dos sete senadores que vão ocupar a suplência da CPI, cinco vão ser de partidos governistas, enquanto dois da oposição. Pela divisão atual, o PMDB e o PT ficariam com três vagas de titulares, enquanto o PTB e o PDT com uma cadeira. O DEM e o PSDB (minoria) vão dividir as três vagas da oposição. As três vagas restantes são destinadas ao bloco de apoio ao governo federal no Senado, que podem ser repartidas pelos próprios partidos governistas.