Jornal Correio Braziliense

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PT gaúcho diz que documentos do PSDB são insuficientes para evitar CPI

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Apesar de o PSDB gaúcho apresentar cópia de documentos que comprovariam a doação legal de R$ 200 mil para a campanha vitoriosa de Yeda Crusius (PSDB) ao governo do Rio Grande do Sul em 2006, o PT não desistiu de emplacar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigação. Segundo os petistas, o que que os parlamentares querem discutir é o suposto enriquecimento ilícito da governadora. Ontem, o ex-tesoureiro da campanha Rubens Bordini e o ex-presidente estadual da legenda Bercílio Silva detalharam o que foi entregue ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). O relatório contrairia reportagem da revista "Veja", segundo quem os R$ 200 mil não haviam sido contabilizados na prestação de contas da legenda. Em resposta aos tucanos, a deputada estadual Stela Farias (PT) afirmou que a documentação apresentada ontem não livra a governadora da CPI. "O foco da CPI não é esse", afirmou a deputada. De acordo com ela, não cabe à CPI investigar o caixa dois, mas apurar se a governadora enriqueceu com o suposto desvio desse dinheiro. "O que foi desviado é que nos interessa. Esse é o âmbito que a CPI tem prerrogativa para investigar, que é a perspectiva de apropriação indébita e pagamento de contas particulares", disse. Ainda segundo Stela, a documentação de contas deve ser investigada pelo TRE. "Ontem o PSDB estava respondendo ao Tribunal, não ao parlamento", disse. Arrecadação A campanha de Yeda arrecadou R$ 6,2 milhões. Nos dias 27, 28 e 29 de novembro daquele ano --depois da eleição-- o PSDB recebeu outros R$ 610 mil, o que é permitido por lei. Foi desse montante que constam os R$ 200 mil doados. Sobre os outros R$ 25 mil também não declarados, os tucanos afirmam que o dinheiro nunca chegou ao partido, e por isso não foram contabilizados.