A Polícia Legislativa do Senado solicitou à Receita Federal a quebra do sigilo fiscal das empresas Contact, DMZ Consultoria Empresarial, DMZ Corretora de Seguros que intermediavam operações de crédito consignado para servidores da Casa. A medida pode auxiliar a polícia a descobrir se o suposto esquema de desvio de recursos públicos que envolveria o ex-diretor de recursos humanos João Carlos Zoghbi também teria a participação de instituições financeiras.
Representantes dos bancos devem começar a ser ouvidos na próxima semana. Ao todo, 38 bancos realizavam essas operações para funcionários da Casa. Uma das possíveis fontes de desvio seria um contrato com o Banco Cruzeiro do Sul, no qual a instituição oferecia este tipo de operação. Em nota, o banco negou irregularidades na prestação de serviços de crédito consignado ao Senado.
No entendimento da Polícia Legislativa, Zoghbi teria atuado para beneficiar as empresas do filho por ter autorizado operações de crédito com valores superiores aos limites. A margem permitida era de até 30% do salário do servidor. Em alguns casos, foram identificados comprometimentos de até 70% dos vencimentos. A Polícia do Senado quer saber se houve participação dos bancos.
A quebra do sigilo fiscal também foi entendida ao ex-diretor, sua mulher, Denise Zoghbi e seu filho, Marcelo Zoghbi, que é apontado como o proprietário das empresas. Os sócios de Marcelo, Ricardo Nishimura e Bianka Machado e Dias, também terão a movimentação financeira avaliada. João Carlos, Marcelo Zoghbi, Nishimura e Bianka foram indiciados ontem pela Polícia do Senado.
Denise prestou depoimento hoje aos policiais do Senado, mas negou ter conhecimento do esquema. Ela não foi indiciada porque não ficou comprovada sua participação dela nos negócios movimentados pelas empresas do filho.
Apesar de ter anunciado os indiciamentos, a Polícia deve continuar as investigações por mais uma semana. A expectativa é que a Polícia Legislativa encaminhe o inquérito para a Justiça Federal, que tem a prerrogativa de decidir se vai acatar ou não a denúncia, no dia 28 de maio.