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Edmar diz que foi 'boi de piranha' para desviar foco dos escândalos da Câmara

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O deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) disse nesta quarta-feira que a abertura de seu processo por quebra de decoro parlamentar "foi um cala boca" e que ele foi o "boi de piranha" para desviar o foco dos escândalos que mergulharam a Câmara no início do ano. Durante o depoimento ao Conselho de Ética, o deputado se esforçou para desqualificar o relatório apresentado pela Comissão de Sindicância que foi criada pela Câmara para avaliar as denúncias de que teria aplicado recursos públicos em empresas fantasmas de sua propriedade. Foi a partir do trabalho da comissão que seu processo foi encaminhado ao órgão disciplinar. Edmar questionou o argumento da sindicância de que não seria possível comprovar a prestação de serviço de suas empresas de segurança. Edmar apresentou uma declaração do tenente reformado da Polícia Militar de Minas Gerais, Jairo Lima, confirmando que fazia segurança particular para o deputado. "Agora, vai ser preciso filmar o itinerário que um deputado fizer ao precisar ir almoçar porque em tese o combustível é para a atividade parlamentar. Vai ter que filmar também quem for almoçar depois de um encontro político porque só o testemunho por escrito do garçom não vai valer. Simplesmente é ridículo apoiar o argumento dessa representação. O meu caso foi um cala boca, eu fui o boi de piranha", afirmou. Ao criticar o relatório, Moreira questiona o cálculo apresentado pela Comissão de Sindicância que coloca sob suspeita o trabalho dos seguranças que eram pagos com recursos da Câmara. De acordo com a comissão, para justificar os gastos com os três seguranças, eles teriam que trabalhar 28 horas por dia. O deputado afirma que seus seguranças, um chefe de equipe e dois agentes trabalhavam, em média, 9 horas por dia. Moreira afirma que acusações dos integrantes da comissão não se comprovam e que eles foram motivados apenas por recortes de jornais que não conseguiram mostrar se havia alguma ilegalidade na aquisição do castelo no valor de R$ 25 milhões, localizado no interior de Minas Gerais. Pela representação do PSOL que deu origem ao processo, o deputado recebeu R$ 90,6 mil em 2007 de verba indenizatória. Em 2008, os gastos teriam totalizado R$ 140 mil. A suspeita é de que o deputado teria usado notas fiscais de duas de suas empresas de segurança que não estão em funcionamento e mergulhadas em dívidas para justificar gastos com a verba indenizatória --R$ 15 mil mensais destinados a todos os parlamentares para auxílio de seus mandatos. As empresas são a Ronda Equipamentos e Serviços de Segurança Ltda. e Centro de Formação e Treinamento de Segurança Itatiaia Ltda., ambas com sede em São Paulo. De acordo com registros da Junta Comercial do Estado, elas ainda pertencem a Edmar e a sua mulher, Júlia Fernandes Moreira, que possuem 50% das cotas cada um.