A Justiça do Rio suspendeu a tomada de depoimentos das testemunhas no processo contra o ex-deputado estadual Natalino Guimarães (sem partido), iniciada ontem. A suspensão foi motivada pela ausência de uma das testemunhas. Os depoimentos serão retomados em 15 de junho.
Em março, a juíza Alessandra de Araújo Bilac Moreira Pinto, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, condenou dez acusados de integrarem a milícia "Liga da Justiça", que atua na zona oeste da cidade, a dez anos de prisão. Entre os condenados estão Natalino, seu irmão, o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho (PMDB), o Jerominho. O filho de Jerominho, Luciano Guimarães, foi condenado a nove anos. Natalino e Jerominho estão presos no presídio federal de Campo Grande (MS) desde novembro do ano passado, quando foram transferidos do presídio de segurança máxima de Bangu 8 (zona oeste do Rio).
Durante a campanha eleitoral do ano passado, a Polícia Federal realizou operação para investigar candidatos que usavam milícias para coagir eleitores no Rio de Janeiro. A vereadora foi Carminha Jerominho (PT do B), filha de Jerominho, chegou a ser presa durante a campanha sob a suspeita de usar milícias para obrigar eleitores de comunidades carentes da cidade a fazer campanha em seu favor. Carminha e outros 20 presos na Operação Voto Livre, da PF, foram soltos em outubro beneficiados por alvará de soltura concedido pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro. Ministério Público.
O juiz Rubens Roberto Rebello Casara, que presidiu a audiência de ontem, remeteu o processo ao Ministério Público Estadual para opinar sobre os pedidos de revogação das prisões preventivas dos acusados feitos por seus advogados. O juiz vai se manifestar somente depois do parecer do Ministério Público.
O juiz permitiu que o preso Julio Cesar Pereira fosse transferido para outra unidade prisional depois de seus advogados dizerem que ele sofria ameaças de outro grupo miliciano dentro da penitenciária.