O Ministério do Desenvolvimento Social anunciou ontem que incluiu mais 382 mil famílias na lista de pagamento de benefícios do Bolsa Família. Em agosto, outras 550 mil serão acrescentadas à lista. Trata-se da primeira etapa de um plano que visa a estender o programa a 1,8 milhão de novas famílias até o final de 2010. Com isso, a lista de pagamento passaria dos atuais 11,1 milhões de famílias para 12,9 milhões. De acordo com assessores do ministério, as prefeituras receberam orientação para ir atrás das pessoas em situação de maior risco, sob o ponto de vista da segurança alimentar. Isso inclui moradores de rua, populações quilombolas e grupos indígenas.
A lista de grupos visados ainda inclui a população de acampamentos da reforma agrária, conforme informou no domingo a "Folha de S. Paulo". Ontem, assessores do ministério explicaram que somente serão atendidos acampados listados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), à espera da regularização dos lotes que irão ocupar. Grupos que invadirem propriedades não serão incluídos.
Ao comentar a iniciativa, o economista João Pedro Stédile, principal líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) observou que seria melhor se o governo investisse mais na reforma agrária. ;Essa é a pauta que preocupa o MST;, afirmou. ;O governou cortou em 48% os recursos do orçamento desse ano, com a desculpa da crise. Isso é uma vergonha.; Stédile também lembrou que o governo se recusa a rever os índices de produtividade rural, que estariam desatualizados. Com a mudança seria possível desapropriar mais terras para a reforma.