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Jobim nega retaliação do PMDB e diz que CPI da Petrobras é briga política

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O ministro Nelson Jobim (Defesa) disse nesta segunda-feira que não vê ligação entre o fato de o PMDB não ter impedido a criação da CPI da Petrobras no Senado e as demissões na Infraero (estatal que administra os aeroportos do país). Jobim atribuiu a investigação na estatal do petróleo à sucessão presidencial de 2010. "Isso aí (CPI) é briga política. Isso chama-se 2010", disse. "A CPI é uma antecipação do processo eleitoral. Vai haver uma unanimidade de retaliações que terão de ser vistas com naturalidade considerado as eleições de 2010", disse Jobim, no Rio, onde participa da abertura da conferência de comandantes do corpo de fuzileiros navais. O ministro disse que as circunstâncias levam à uma antecipação do debate eleitoral e que, parra isso, não existem regras. Ele também descartou a possibilidade de concorrer às eleições. "Fiquem certos que estou fora disso (candidatura)", disse. Aliado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PMDB manteve as assinaturas na CPI da Petrobras, o que garantiu a instalação da comissão para investigar irregularidades na estatal. A Infraero iniciou no mês passado um processo demissões de cargos comissionados (não concursados). A iniciativa gerou insatisfação entre peemedebistas e petistas, que tinham apadrinhados na empresa. A lista de cortes incluiu Oscar Jucá, irmão de Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado. "O fato é que está se atribuindo muito valor a um conflito da Infraero com o PMDB. Mas não há conflito com a Infraero e com o PMDB. Quem está autorizando, legitimando essas ações da Infraero é um membro do PMDB que sou eu", afirmou. Hoje, Jobim voltou a confirmar que haverá novas demissões na Infraero, o que segundo ele vai lhe trazer problemas pessoais. "Vai haver um conjunto de demissões semanais, sendo que as últimas serão na área de engenharia. (...) Eu terei problemas pessoais, individuais, mas não com o partido. Posso ter problemas com um ou com outro, mas são superáveis", disse.