O PSDB não se opõe a ouvir a Petrobras, mas os seus líderes disseram hoje que o depoimento do presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, não será "moeda de troca" para impedir a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar supostas irregularidades na estatal do petróleo. "Não tapo meus ouvidos para ninguém, mas uma coisa não invalida a outra", afirmou o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), ao lembrar que a existência da CPI não está em jogo porque a decisão de instalar a comissão já foi tomada. "Ouvi-lo antes ou depois não faz diferença, desde que a CPI seja instalada e caminhe", concorda o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Nem o Palácio do Planalto contesta mais o fato consumado da CPI, a partir da leitura do requerimento feito na sexta-feira, pedindo a abertura da investigação. O documento tem agora 30 assinaturas de senadores - três a mais do que as 27 que o regimento pede. O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, admite até que os tucanos "estão no direito deles", mas pondera: "Se não vai adiantar nada, não tem sentido ele (Gabrielli) ir ao Congresso. Só faz sentido ir, se isto puder resolver o problema de instalar a CPI." Múcio insiste que o presidente da estatal está disposto a esclarecer "o que for preciso", justamente para evitar a CPI.