O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse nesta terça-feira que a paz e a tranquilidade "reinam" dentro do PSDB em relação às discussões sobre a sucessão presidencial. Aécio e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disputam a indicação do partido para concorrer à Presidência da República em 2010.
"Dentro do PSDB, para desencanto e desalento de muitos, reina a paz e a tranquilidade. Tenho conversado com o governador Serra praticamente diariamente e temos hoje uma profunda identidade em relação às questões administrativas", afirmou.
Aécio brincou ao dizer que tem conversado "tanto" com Serra que às vezes, quando acorda, não sabe se é ele mesmo ou o colega de São Paulo.
"Tenho conversado tanto com o governador José Serra e, como o seu horário é o horário notívago, é o horário da madrugada, às vezes, eu acordo de manhã e não sei se eu sou Aécio ou se eu sou Serra", disse.
Cide Aécio também criticou a queda no repasse da Cide (imposto que incide sobre a gasolina) aos Estados e municípios em consequência da crise econômica mundial. O governador lembrou que o imposto já sofreu um corte de 40% há um ano, quando houve aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
"Para se ter ideia, em janeiro deste ano, o Estado de Minas Gerais recebeu, pela apuração do último trimestre, cerca de R$ 30 milhões, já com o corte daqueles 40%. Agora no final do primeiro trimestre, com essa nova alquimia contábil da Petrobrás, desses R$ 30 milhões vieram R$ 3 milhões", afirmou.
O governador mineiro ressaltou que outros Estados também estão sofrendo com a redução dos repasses e espera levar o assunto para uma reunião que será realizada amanhã no Ministério da Fazenda com secretários estaduais de finanças.
Segundo Aécio, o Estado de Minas Gerais perdeu pelo menos a metade dos recursos da Cide nos últimos dois anos: de R$ 180 milhões, em 2007, para R$ 90 milhões, em 2008. Se mantiver a queda dos repasses, a previsão para 2009 é de R$ 12 milhões.