O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), saiu hoje em defesa do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que disse se lixar para a opinião pública e que deverá ser destituído da relatoria do processo contra o ex-corregedor Edmar Moreira (sem partido-MG), em reunião marcada para amanhã. Vaccarezza afirmou que Moraes deve fazer o relatório que achar conveniente e os demais conselheiros votarão a favor ou contra o parecer. O líder rejeitou a interpretação de que Moraes emitiu um pré-julgamento ao dizer que não vê motivos para condenar Edmar, conhecido por ser dono de um castelo de R$ 25 milhões registrado em nome dos dois filhos.
Apesar da defesa, Vaccarezza anunciou vai orientar os petistas do conselho a votarem contra a absolvição de Edmar Moreira, se for a conclusão do relator do processo. "Acho que o deputado (Sérgio Moraes) não pode ser punido pela declaração dele. Não concordo com o achincalhamento público. O deputado tem imunidade parlamentar para falar o que pensa. Não quer dizer que eu concorde com ele", disse Vaccarezza.
O líder não mostrou simpatia pela ideia de um petista assumir o lugar de Sérgio Moraes na relatoria. "Por que o PT deve relatar? Convide outro", afirmou ele, em referência à dificuldade do presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), em encontrar um substituto para a função. A reunião para destituição de Sérgio Moraes estava marcada para hoje, mas foi adiada porque o presidente do conselho não conseguiu embarcar em Salvador, devido ao mau tempo.
Portas fechadas
Araújo reiterou a decisão de substituir o relator e justificou a opção por fazer uma reunião secreta, apenas com a presença dos deputados. "Vamos tomar uma decisão interna e não deve haver ressentimentos. Primeiro, vamos conversar entre nós e depois vamos abrir", disse. Sérgio Moraes protestou. "Fui escolhido relator em reunião pública e agora querem me tirar em reunião fechada. Nunca gostei de porta fechada, me parece acordão. Quero que seja aberta, com todas as luzes acesas. No empurrão não vão me tirar", reclamou.