O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), pediu nesta quarta-feira ao Ministério Público do Espírito Santo cópia do depoimento de Marcos Andrade, ex-assessor do senador Gerson Camata (PMDB-ES). Andrade, que foi funcionário do peemedebista por quase 20 anos, acusa o senador de receber propina de empreiteiras e de maquiar as prestações de contas de seu mandato parlamentar.
Andrade prestou depoimento ontem à procuradora-chefe da Justiça Federal no Espírito Santo, Elizandra Olímpio, e ao coordenador-geral do Núcleo Criminal, Carlos Soares. O ex-servidor teria entregado ao Ministério Público documentos que comprovariam as denúncias. A expectativa é que o material seja repassado ao Senado até segunda-feira.
A Corregedoria deve ouvir Andrade na terça-feira. Em entrevista ao jornal "O Globo", o ex-assessor disse que Camata teria recebido propina da Odebrecht para a construção de um ponte no Espírito Santo no período em que governou o Estado.
O parlamentar, porém, nega qualquer vínculo com a empreiteira. O senador também foi acusado pelo ex-assessor de apresentar prestações de contas falsas para justificar gastos inexistentes.
Após as denúncias, Camata foi à tribuna do Senado e, chorando, negou todas as denúncias reveladas pelo ex-assessor ao afirmar que Andrade sofre de distúrbios psiquiátricos e foi "instrumentado" para acusá-lo de envolvimento em atos de corrupção.
"Ele foi instrumentado por alguém, para, com uma série de inverdades, sem nenhuma comprovação de nada, assacar contra a minha honra. Eu vou me defender; para cada acusação, tenho um papel. Fui acusado sem nenhuma prova, e, para cada acusação, tenho prova", afirmou o senador.