A queda na arrecadação e o aumento das despesas provocaram uma piora nas contas do governo federal em março e levaram a uma redução de 70% no superávit primário --dinheiro economizado para pagar os juros da dívida pública-- do primeiro trimestre de 2009.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Tesouro Nacional, o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) registrou superávit primário de R$ 6,471 bilhões no mês passado. O resultado é a diferença entre uma receita líquida de R$ 47,732 bilhões e despesas de R$ 41,261 bilhões.
Em março, o Tesouro Nacional teve um superávit de R$ 9,7 bilhões no mês. A Previdência, por outro lado, teve um déficit de R$ 3,1 bilhões. O Banco Central registrou déficit de R$ 113,8 milhões.
No primeiro trimestre, o governo registrou uma queda de 1% nas receitas líquidas em relação ao mesmo período de 2008, para R$ 137,5 bilhões. Já as despesas subiram 19%, para R$ 128,2 bilhões. Isso resultou em um superávit primário de R$ 9,33 bilhões, 70% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.
Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o superávit primário no trimestre passou de 4,69% em 2008 para 1,35% em 2009.
Meta
A meta do governo central para o ano de 2009 é de um superávit equivalente a 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no período).
Amanhã, o Banco Central divulga também o resultado das contas de todo o setor público, o que inclui também as empresas estatais e governos regionais. Com isso, a meta sobe para 2,5% do PIB.
Até o início do mês, o setor público tinha uma meta de 3,8% do PIB, sendo 2,15% apenas para o governo central. Mas devido à crise econômica, o governo decidiu destinar mais recursos para investimentos e reduzir o dinheiro para o pagamento de juros.
Além de uma meta menor para todas as esferas do poder público, o governo decidiu tirar a Petrobras dessa conta. Com isso, a estatal poderá investir cerca de R$ 15 bilhões a mais somente em 2009.