O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa negaram hoje na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, qualquer conotação política nas ações da Polícia Federal. Os dois participaram de audiência pública para esclarecer o vazamento de informações da operação Castelo de Areia, que investigava a empreiteira Camargo Correa, e que acabou citando os senadores da oposição, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e José Agripino (DEM-RN) como possíveis beneficiários de doações ilegais de campanhas.
Segundo o ministro e o diretor da PF, o vazamento dos nomes dos dois senadores atrapalhou as ações, que estavam investigando lavagem de dinheiro e crime financeiro. Na tentativa de afastar qualquer intenção política, os dois disseram que de 250 páginas do inquérito só quatro parágrafos tratavam de financiamento de campanha. Segundo eles, a PF fez questão de ressaltar que não havia nada de ilegal nesses financiamentos.
O ministro da Justiça admitiu que José Agripino foi vítima de infâmia quando começou a aparecer o nome dele nas investigações. Segundo ele, as informações saíram distorcidas. Mas nem Genro e nem o diretor da PF responderam à pergunta dos senadores da oposição do por que a Polícia Federal não divulga o resultado de investigações de integrantes do governo, como o caso do ex-assessor do ex-ministro José Dirceu, Waldomiro Diniz.